O Amor está morto! Ou pelo menos está num coma mais que profundo devido às atrocidades que este vem sofrendo em nosso mundo industrial!
É o que este conto de Oscar Wilde nos mostra. Nestas quatro páginas ele expressa de uma maneira linda e trágica a situação na qual se encontra esta dádiva chamada Amor. Ele se encontra esquecido, desprezado, incompreendido... Pelas pessoas. E por que esta tragédia acontece conosco? Por causa da forma que levamos nossa vida, ao abandonar e destroçar o Amor nossa vida tornou-se uma infelicidade e um completo vazio. Devido ao modo frenético e gélido de nossos dias o Amor foi sendo esquecido e despedaçado pela busca desenfreada por luxo, e pela satisfação imediata de nossos prazeres. Isso era algo que já vinha acontecendo desde o século XIX e Oscar Wilde foi um dos poucos a identificar e denunciar esse mal que tiraniza nossas vidas.
As linhas a seguir expressam um pouco deste conto de Oscar Wilde. Logo de início um jovem estudante está aos prantos caído num jardim pela impossibilidade de concretizar seu “amor” ele convidara uma linda dama ao Baile (a sua amada), porém ela só aceitaria ir ao baile se este lhe trouxesse a mais bela e rubra rosa. Então o jovem estudante entra em total desespero ele não encontra uma rosa se quer, perambula por todo lugar e nenhuma rosa consegue encontrar. Entretanto, quando a situação do jovem parecia perdida aparece um lindo e singelo rouxinol a pequena ave fica tocado pelas lágrimas que o jovem está por derramar: “E eis, afinal, um verdadeiro apaixonado!... - Pensou o Rouxinol” A avezinha era uma rara criatura que sentia e amava o Amor que trazia dentro de si vários animais desdenhavam da situação do estudante de chorar por uma mera rosa, mas o rouxinol acreditava no “amor” do estudante e parte para ajudá-lo perambula o jardim inteiro a procura de uma rosa e descobre que a única maneira de conseguir uma rosa é através de uma canção cantada com sangue e infelizmente teria de ser com o sangue do próprio rouxinol, pois os gélidos e cruéis ares do inverno secaram a pobre roseira e somente o sangue de um amante do Amor poderia avermelhá-la novamente.
O rouxinol acaba por aceitar a proposta da roseira, O carvalho seu único amante ainda lhe roga para que a nobre ave desista de seu sacrifício, ela permanece fiel a promessa de ajudar o estudante apaixonado independente do mal que por ventura pode lhe ocorrer.
E acaba por sacrificar-se para obter a mais vermelha e rubra rosa para o estudante (Evitei dizer com fora que ele obteve a rosa para não contar tudo para não estragar a leitura dos futuros leitores do conto).
Entretanto, o sacrifício do rouxinol mostrou-se inútil tanto a moça como o jovem estudante não deram o menor valor para o Amor, A moça era uma garota fútil completamente banal presa ás belezas industrializadas de nosso mundo o estudante mostrou-se completamente insensível diante do sacrifício da nobre avezinha.
Desta maneira Oscar Wilde mostrou como está nossa sociedade perante o Amor uma parcela de nós tornou-se criaturas secas pela industrialização e mecanização de nossa sociedade tudo que fazemos e sentimos e artificial, já não temos tempo nem vontade de ler um belo poema, ouvir uma verdadeira música, assim o Amor passa entre nós sem que possamos notar.
A outra parcela é representada pelo estudante poderíamos colocar estes também foram cooptados pela mecanização da vida e por não conseguir compreender e até mesmo por temer o Amor eles acabam por desprezar e ignorar o Amor da mesma maneira que fez o estudante.
E por último podemos colocar a figura do Rouxinol ele representa os poucos infelizes que ainda acreditam, esperam e amam este Amor (eu, você, Oscar Wilde...). São criaturas que sofrem com tamanha beleza dentro de si, não podem expressar o que guardam no coração e quando resolvem expressar acabam tendo o mesmo fim que o pobre Rouxinol.
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