(As experiências e visões de um dos participantes do teatro ressonante)
Esse será um espaço reservado para divulgação das impressões, das lembranças, das sensações minhas durante nossos encontros no teatro ressonante. Para saber mais sobre tal teatro clique aqui
Nesse que foi nosso terceiro encontro tivemos como principais pontos de estudo e prática a integração entre o indivíduo (Ibu) e o seu mundo (Asa). Uma das coisas que mais ficam claras é a do quão desconhecido é o nosso corpo para nós (Ibu) nunca paramos para ver a riqueza de detalhes que eles guardam, não conseguimos desfrutar cem por centro dessa construção máxima que é nosso corpo. Durante aquele encontro tivemos a oportunidade de pelo menos perceber essa limitação que nos circunda.
Talvez você tenha estranhado esta palavra entre parentes (Ibu) não há problema muitos estranham até mesmo os demais participantes a estranharam um pouco... Tentarei explicar o conceito de (Ibu) e (Asa) resumidamente: Ibu- Sou Eu, Você, Edgar Allan Poe, Hitler, o mendigo do viaduto, Oscar Wilde, os bêbados do bar, Ronaldo a jovem que cortou seus pulsos etc. Em suma todos nós somos Ibus. Isso significa que todos nós somos iguais, porém todos temos diversas peculiaridades que nos tornaram em certa instância diferentes, porém permanecemos iguais, permanecemos Ibus! Já Asa é a nossa terra o local onde todos os Ibus residem, são explorados, se alegram, fazem guerras, cometem suicídio, fazem planos e vivem juntos... Isso é Asa.
Trabalhamos justamente com esses conceitos. Outro ponto que me marcou durante o encontro foi o fato de que também não conhecemos nosso Asa perfeitamente, não desfrutamos plenamente dele vivemos presos em nossas favelas sujas e com um orgulho inimaginável por viver jogado lá. Em nosso pequeno espaço de encontro nos sentimos perdidos diante das diversas possibilidades que Asa nos oferecia. Foi muito mais interessante quando tivemos de andar com os olhos fechados pelo espaço- Parecia outro mundo eu tinha a sensação de estar sempre a cair num buraco fundo ou de trombar num galho, numa coluna (não havia buracos, galhos, colunas no lugar) Quando tivemos de reconhecer os demais através do toque a sensação foi ainda mais marcante: Em algumas vezes era possível sentir o calor dos demais, isso quando você vencia o medo de trombar com ele...
Bem esse foi um breve e limitado relato do que para mim fora nosso encontro do teatro ressonante.
(Encontro realizado em 22/01/11)
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