Eis a Moradas dos Desgraçados e Perdidos...

domingo, 23 de janeiro de 2011

Renascimento



É possível qu'este Lírio enturvecido
Totalmente seco, despedaçado...
Volte a crescer?

Mesmo que suas raízes fixem-se na vala
E seu adubo seja a base de fel e desesperança
Poderá ele florescer?

Ainda que suas pétalas, agora negras e murchas
S'espalhem pelos mais sórdidos ares
Poderia ele viver?

Sim!
Pois uma de suas mortas pétalas
Num seio jovem de donzela resolveu s'esconder.

Ela ainda não sabe
Mas é graças a sua beleza, sua pureza,
Seu calor, qu'este lírio volta a s'embranquecer.

Agora espero pelo dia
Que daqueles vermelhos e puros lábios
O mais doce amor, eu venha sorver.

Então cantarei para este mundo
Sujo, falso e decadente,
Que uma rosa morta está a nascer.

Basta que apenas
Uma de suas pétalas secas
No seio de uma donzela inocente venha s'esconder.

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