Eis a Moradas dos Desgraçados e Perdidos...

domingo, 23 de janeiro de 2011

A garoa como um agente de inspiração e expiação

Para surgir uma criação é necessário inspiração! Isso é um fato. Mas como ter inspiração numa favela, num mundo seco onde tudo é concreto e industrializado, como ter inspiração num mundo onde não há tempo para s'inspirar?

A resposta é complexa ao mesmo tempo em que se torna simples... Na verdade, todas as formas de inspiração que ajudaram os poetas, pintores, escultores e músicos do passado continuam conosco basta apenas ajustar nossa visão. Ainda hoje pessoas usam música, silêncio, belas paisagens, banheiros(http://psicoepistolario.blogspot.com/search/label/Sou%20mais%20Criativo%20no%20Banheiro) e outras coisas mais para auxiliar na criação. Eu mesmo utilizo de algumas dessas para versejar...

Mas e para mim uma funciona em especial-A garoa! Ela é como uma musa grega que habita em todas as favelas. Desde o século XIX a garoa aparece como uma auxiliadora nas artes. Um exemplo disso é a segunda geração da poesia romântica brasileira (Álvares de Azevedo, Junqueira freire, Fagundes Varela entre outros) e podemos colocar como um exemplo mais recente demônios da Garoa.

Porém, por que para mim a garoa serve não só como inspiração mas como uma expiação? Porque quando está a garoar tanto o dia como a noite ficam compadecidos da situação triste e infeliz dos homens a condição angustiante de explorar e ser explorado tanto a noite como dia choram pois eles nos vêem cometendo suicídio lento e doloroso, por isso ela derrama suas lágrimas frias (porém cada uma delas contém em seu íntimo uma dose de calor e de amor)

É Justamente por estar e perceber tamanho amor e calor numa situação tão adversa como a garoa parece ser  é que me causa uma grande inspiração.Todavia, não basta a garoa em si molhar você e seus ossos. O que tem de molhar tu'alma é o que chamam experiência... Mas isso é uma outra história que será contada numa outra ocasião.

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