Como o mundo
cotidiano é pobre, injusto e sem perspectivas quando comparado com a
multiplicidade de realidades e possibilidades que se apresentam nas mais
variadas formas de literatura, Nas HQs, nos mangás, nos Games e no RPG.
Neles você
sempre tem a chance de vencer a mediocridade – mesmo na derrota, no fracasso, ou
na própria mediocridade; quando estes conceitos ou fatos do nosso cotidiano
aparecem evidenciados nessas outras realidades/ficções que temos o poder e a
chance de criar.
Mas esse “poder”
ao mesmo tempo parece ser uma bênção/maldição, pois essas novas ficções por nós
criadas (vamos considerar nossa realidade cotidiana como outra ficção) podem
nos proporcionar uma dose de alento e de esperança para suportar as desgraças e
incertezas desse real tornam-se de imediato uma maldição por se tornarem uma
inutilidade, afinal, que sentido tem um Dostoiévski, um Fernando Pessoa, um George
R.R Martin, um Alan Moore para um mendigo, para um adolescente pobre e
semi-analfabeto sem perspectiva ou a um pai de família que trabalha o dia
inteiro para sustentar uma família que ele nunca quis? Exatamente – Nenhuma!
E como as
obras e ideias desses caras poderiam mudar a vida desses sujeitos? – Elas não
podem. Ai está o cerne de toda essa desgraça que é a vida humana... As outras
ficções ou realidades sempre serão melhores que a realidade ficcional a que nos
acostumamos a chamar de real. Sempre, sempre, sempre faltará algo para que esta
realidade seja um lugar capaz de nos proporcionar a nossa plenitude, nosso
heroísmo e o nosso encontro com nós mesmos...
Mas então, por
que continuamos presos a essa realidade medíocre e limitada, por que não vamos
para outro lugar? Sinceramente – não faço a menor ideia. E você sabe como me
tirar desse lugar?
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