Eis a Moradas dos Desgraçados e Perdidos...

quinta-feira, 10 de março de 2011

Notas do Subsolo... O relato do homem favelado (parte 2)


Se você chegou aqui leia a primeira parte do post
http://faveladiodati.blogspot.com.br/2011/03/notas-do-subsolo-o-relato-do-homem.html


Ao chegar no local seus "amigos" já tinham ido nosso narrador então acaba "se encantado" por uma da mulheres que lá estavam e acaba por se relacionar com ela. Após terminar, ambos passam um bom tempo apenas se encarando, depois eles começam a dialogar a mulher com quem nosso narrador "dormiu" mostra-se uma mulher extremamente fria, porém ela conseguiu fazer com que nosso narrador por ela se apaixonasse, este começa por tecer suas críticas para a mulher (Liza) devido a condição miserável e infeliz, mas não é uma crítica moralista é uma crítica desesperada e sincera de um favelado que está vendo outra pessoa trilhar o mesmo caminho. Liza se emociona a ponto de chorar e morder seu travesseiro com tal força que escorria sangue! Nosso narrador fica desesperado sem saber o que fazer e parte para embora ele deixa seu endereço, Liza se acalma a felicidade parecia estar nascendo para ela. 

Porém, não foi bem isso que aconteceu... Nos dias seguintes a única coisa feita por nosso narrador era a de pensar numa maneira de fazer as pazes com seus  "amigos" ele até desejava que Liza não viesse a sua casa... Mas... Ela foi. Ao chegar ela vê nosso narrar em sua situação de favelado: Totalmente  descontrolado, imerso   em dívidas, afundado em pobreza... Diante disso ele começa a descontar sua favela na pobre Liza, porém ela percebe que está diante de um infeliz e acaba por consolar e ignorar as diversas ofensas proferidas ambos se abraçam e choram juntos, Mas nosso narrador nunca foi amado, nem amou, nem consolou, nem foi consolado por ninguém, por isso continuou a tecer suas ofensas contra ela. Liza então diz adeus para nunca mais voltar.

O que vemos é a reação do homem favelado, que tem a rara chance de liberdade, mas ele simplesmente cospe nela, temos a chance de tirar alguém da favela, todavia, destruímos ainda mais a pessoa. Eu mesmo tive a chance de sair e tirar alguém da favela, mas fui tão tolo quanto o homem do subsolo simplesmente cuspi  para o alto destruindo tudo ao meu redor... As notas do subsolo mostram justamente essa tragédia... O homem desperdiçando sua chance de emancipação.

Para finalizar, existe uma razão para este autor não ter um nome... Ele somos nós!Todos nós temos esse homem do subsolo em nossas entranhas e estão loucos, para simplesmente fazê-lo em nós brotar.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário